06/12/2012

O mundo aos olhos de Clarissa- Posso, sem armas, revoltar-me?


Esse misto de angústia e tristeza não abandonam Clarissa. Até eu já estou começando a crer que a maré dessa garota realmente não está pra peixe.
Suas lágrimas escorrem pelos lençóis. Clarissa já não sabe se tenta, se desiste, se vai, se fica, se chora ou se sorri. Reflete. Mas afinal, pra que fazer aparências? Pra agradar as pessoas? Ela não precisa disso. Pra esconder das pessoas? Boca fechada não entra mosca. Sofrer é tão normal quanto respirar. O ser humano já deveria estar acostumado com isto. No futuro o que lhe aguarda é a morte.
Agora Clarissa sente-se dolorida. De todas as formas possíveis. Se sente vazia, mas transborda um sentimento ruim. Não sabe dar nome para ele. Na verdade, prefere não dar nomes ao que não quer se apegar.
Seu corpo está dormente e seu semblante cansado. Coitada de Clarissa, está sofrendo em silêncio. Desejou por um segundo ser livre de todas essas amarras, de toda essa perfeição, se é assim que se pode chamar. Tão jovem e tão enjaulada.
'Preso à minha classe e a algumas roupas, vou de branco pela rua cinzenta; Melancolias, mercadorias espreitam-me. Devo seguir até o enjôo? Posso, sem armas, revoltar-me?'

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