02/04/2013

Artigo sobre o filme "Muito além do peso"



Falta de dosagem

Falar do peso é algo complicado. Segundo a Associação Médica Brasileira (AMB) existem mais de 65 milhões de brasileiros (40% da população) com excesso de peso, enquanto 10 milhões são obesos. Esse é um dado alarmante. Quando se trata das crianças, um dos motivos para essa situação é a publicidade abusiva. Os pequenos são atraídos pelos brinquedos que vêm nas embalagens do alimento.

A tática é trazer algum personagem querido do cinema e da televisão para a comida, fazendo com que a criança desperte seu desejo por adquirir tal produto. Nem sempre o desejo é por gostar realmente, apenas por almejar algo que está na moda e que todos os outros possuem.

Na escola, as crianças que se alimentam corretamente chegam a sofrer um certo tipo de discriminação por não seguirem essa moda. Então aqui vai um questionamento: até que ponto a publicidade pode influenciar os menores a querer algo e não aceitarem que os outros não façam o mesmo?

O filme “Muito além do peso” mostra claramente a vida e a rotina de crianças que sofrem esse problema. Fast-food, sucos de caixinha, refrigerantes, salgadinhos e doces são os mais consumidos por elas, que quando questionadas sobre o nome de determinadas frutas... erram absurdamente. Quando proibidas de ingerir alimentos gordurosos, como a batata-frita, gritam, choram e se jogam no chão para ter o que querem e os pais acabam cedendo, que é o que acontece na maioria dos lares. Apenas uma das crianças demonstra querer mudar e emagrecer, mas a maioria não.

Isso tudo está conectado com a televisão. Segundo o Painel Nacional de Televisores, crianças entre 4 e 11 anos assistem em média 5 horas do aparelho por dia. No filme, o aparelho chega a ser comparado com um vendedor e que, portanto, deve-se tomar um cuidado especial.

Além da publicidade, a compulsão pela comida pode ser causada por traumas que a criança tenha passado, como Leo, de nove anos, que aparece no filme e que passou pela separação dos pais. Após o fim do casamento, por não expor o que estava sentindo, o garoto passou a comer mais para compensar, até chegar a um estágio que possui colesterol alto e cansaço nas pernas.

Muitas das crianças sofrem preconceito por estarem acima do peso. São xingadas e convivem com um verdadeiro bullying. Esse é um ato que não se esquece. Por esse fator, várias delas acabam precisando de um profissional para orientá-las e dar um suporte.

Falta também uma melhor educação alimentar nas escolas. As crianças são ensinadas a como calcular e escrever, mas no quesito alimentação chegam à vida adulta deficientes e sem preparo algum. Algumas escolas não só não fazem esse tipo de educação, como oferecem almoços e lanches que fogem totalmente de uma dieta equilibrada.

Uma parcela da culpa para tudo isto é dos pais, querendo ou não. São eles que devem monitorar os filhos e que precisam ter o pulso firme para proibir os alimentos que causam mal à saúde. Quando cedem podem estar fazendo um bem temporário para o filho, mas a comida é algo que, se não dosada, destrói qualquer um com o tempo.

Aline Nunes

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