13/07/2013

O secundário faz parte

Eu percebi essa evolução quando me disseram que antes eu havia sido dramática demais. Eu entendo. Fui mesmo. Sinto-me mais leve agora. Mais verdadeira nessas palavras. Talvez seja pelo fato de não estar fantasiando tanto quanto antes, ou por escrever me doando por inteira. Dessa vez eu forcei mais a minha mente. Me forcei ao melhor. Ao simples, porém perfeito. Gosto que as coisas saiam boas, mas no meio do caminho tenho essa mania de jogar as mãos pro alto e pensar que o que vier é lucro. Não é bem assim, e estou aprendendo a lidar com isso.

Me obriguei a escrever com tudo de mim. Dei o meu máximo. Abri aquela caixinha (com cadeado) que possuo e botei pra fora todos os sentimentos. Não foi tão bom quanto eu pensava. Talvez as pessoas gostem pois podem ter se identificado ou podem estar rindo da grande bobagem que fiz, do tempo que perdi. Mas eu dei tudo. Escrevi com foco. Com os pelos arrepiados. Com o coração machucado e olhos atentos. Com a cabeça embaraçada. Procurei os detalhes. Eles também importam muito, principalmente quando se trata disso (sentimentos).

Passei tantos dias longe de um papel e uma caneta que agora fico até ansiosa quando vejo estes objetos. Não há como abandonar essa paixão. Há em mim o desejo de escrever sobre o menininho, que vi hoje, pedalando uma bicicleta por volta de 13 horas, sobre a minha cadela que faz uma festa danada quando chego em casa, da saudade que eu estava sentindo do meu quarto e do livro novo que ganhei e que me prendeu por diversas horas numa leitura deliciosa. Quero poder citar que aquele quadro que pintei em minha época de colégio ainda está pendurado aqui na minha sala de estar, meio torto, mas eu gosto assim mesmo. Quero falar que kiwi é uma das melhores frutas do mundo (influência de uma amiga) e que sorvete de pavê é a melhor sobremesa que existe. Gostaria de poder dizer que frio é bom sim, quando eu tenho um casaco. Quero poder falar que "ainda bem que o são joão passou" porque eu odeio fogueiras. O cheiro impregna de uma forma critica.

Apenas estou fazendo de tudo um motivo para a escrita e vejo isso como um lado bom da minha história. Ninguém vive falando coisas bonitinhas o tempo todo. Eu tenho, sim, essa vontade de falar desses pontos "secundários" que me atingem de alguma forma e que fazem parte do meu dia-a-dia. 

Só pra finalizar: Ainda guardo aquela foto lá no fundo da minha caixinha de cartas. Continua bem conservada do lado de algumas conchinhas que colhi na praia de Maria Farinha. Gosto de poder lembrar que isso ficou para trás.

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