03/08/2013

Sobre a minha profissão


Algumas pessoas perguntam bastante sobre a minha profissão, o mercado de trabalho e tudo o mais. Achei que escrever algo sobre isso ajudaria bastante. Estudo jornalismo, estou no quarto período do curso. Eu sempre gostei de ler e escrever desde pequena. Sonhava em ser uma escritora famosa, ganhar rios de dinheiro e ser extremamente reconhecida pelos meus livros de romance, mas nunca acreditei realmente que isso fosse acontecer. Sempre descartei praticamente todas as profissões, pois nenhuma delas me agradava. Meu coração dizia que jornalismo era minha área, era a certa para mim, a que me faria feliz, porém eu sempre via as pessoas criticando, falando que eu nunca ganharia dinheiro e que o mercado de trabalho aqui já está saturado. Uma menina de mais ou menos 16 ou 17 anos não sabe o que fazer nesse caso, e eu não sabia. Passei, então, uma época cogitando entrar na faculdade de engenharia. Pesquisei e vi que não era para mim. Pensei em arquitetura, fiz uma isolada de matemática por um ano e acabei optando, como sempre desejei, por jornalismo na hora do vestibular. 

Consegui entrar em uma faculdade particular e aquilo foi muito importante para mim e minha família. Ficamos tão felizes que comemoramos com um grande almoço, presentes e tudo o mais. Mas meu pai nunca quis que eu seguisse a comunicação, sempre preferiu que eu optasse por saúde. Medicina me daria dinheiro. Medicina garantiria minha vida. Medicina era o sonho dele. Exato, o dele. Entrei na faculdade e, como em toda turma de comunicação, consegui ter o meu grupinho de mais chegados logo na primeira semana. Início do curso é tudo flores, sabe? Ainda não sabemos de nada, ainda não estamos acostumados com absolutamente nada nem ninguém. Pagávamos quase todas as cadeiras com a turma de publicidade, turma esta que me deixou bons amigos e me trouxe boas risadas. As cadeiras de início me faziam pensar "Droga, mas pra que isso? Eu não preciso de psicologia na minha vida! Muito menos de história da arte!!! Que jornalista necessita de história da arte? Nenhum.", mas aprendi que nós temos que ter uma noção de tudo. Somos generalistas, como diria André Trigueiro. Um pouquinho detetives, historiadores, escritores, palhaços. Conheci pessoas, aprendi com elas. Conheci outras pessoas e as repudiei. Chorei, briguei, fiz as pazes. Fiquei estressada, saí do sério e depois me acalmei. 


Finalmente percebi que o mercado de trabalho estava aí para ser explorado. E eu queria entrar nele. Em outubro de 2012 consegui o meu primeiro estágio. Tive que me virar com a faculdade, o curso de inglês e o novo estágio. Mas eu não desistiria tão fácil assim. Lá se veio sociologia e o professor que falava bem baixinho. Ninguém escutava, todo mundo se virava estudando sozinho. Lá se veio introdução ao marketing e todos enlouquecemos. No terceiro período as cadeiras eram mais específicas do meu curso e fiquei mais feliz por isto.  Lá se veio a cadeira de assessoria de imprensa e a professora nos surpreendeu com sua doçura, suas histórias engraçadas, seus conselhos incríveis. Aprendemos o que é mailing, release, jornalismo empresarial, a diferença entre assessoria de imprensa e assessoria de comunicação. Entendemos que na nossa profissão saber desenrolar é importante. Tivemos a cadeira de técnica de entrevista e reportagem, ensaiamos situações e descobrimos os nossos erros. Ah! E eu não poderia deixar de citar a cadeira de redação jornalística noticiário opinativo e informativo que, realmente, nos ensinou o certo e o errado na hora da escrita. Aprendi a fazer uma crítica e amei isso. 

Comecei a perder um pouco da minha vergonha. Sim, entrei bem encabulada num curso de comunicação, mas eu decidi que precisava mudar, mesmo que pouco a pouco. Alguns perceberam a diferença, outros nem tanto. Em abril desse ano eu saí do meu estágio. O contrato de seis meses havia acabado e eu queria experimentar novos rumos. Mas como dizem "não tá fácil pra ninguém"! Vim conseguir meu segundo estágio em julho. Comecei exatamente no dia 17. Eu não precisava de férias. Estava cansada de ficar parada. Queria novas experiências, novos aprendizados. 

Retornei as aulas no dia 1 de agosto. O inglês volta dia 10. Meu estágio parece ir de vento em polpa. Estou feliz com a situação. Sinto que finalmente estou seguindo o caminho correto. Por alguns momentos me desanimei, mas percebo, agora, que não dá pra desistir. Essa é a minha área. Isso é o que eu amo. Abri meus horizontes, sabe? 

Eu amo jornalismo e ainda tenho muito o que melhorar. 

2 comentários:

  1. Adorei essa ideia de falar da profissão que tu escolheu, isso pode ajudar bastante gente que ainda está indecisa ou pensando em fazer algo só para agradar aos pais.

    Meus pais me apoiam na minha escolha por Serviço Social,mas os outros da família dizem que eu vou passar fome. hahaha

    Gostei muito do teu blog, com certeza virei mais vezes :D

    http://confraria-cultural.blogspot.com.br/

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    1. Oi Alessandra! Que bom que curtiu (: Qualquer coisa é só perguntar. As pessoas acham que a gente vai morrer de fome nas nossas áreas, mas nem olham os esforços, né? Não é pq eu faço jornalismo que vou ficar estancada para as outras profissões e áreas. Boa sorte em serviço social! *-*
      Bjs, obrigada!

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